Formação

Pastoral Digital

O desejo da Igreja é que saibamos colocá-la a serviço da Palavra

Fiquei em dúvida se chamaria esta nova forma de pastoral da comunicação de digital, de ciberespaço ou cibernética. Atualmente os termos envelhecem rapidamente. O tempo e os desenvolvimentos futuros dirão e escolherão os passos, caminhos e nomes para essa missão da comunicação nesta época.

 

Acredito que uma nova maneira de fazer pastoral de comunicação está sendo suscitada pela Igreja através da mensagem do Papa Bento XVI para o 44º Dia Mundial das Comunicações Sociais. Como ocorre o Ano Sacerdotal, o tema tem essa referência, mas, sem dúvida, é dirigido a todos os católicos: “O sacerdote e a pastoral no mundo digital: as novas mídias a serviço da Palavra”. Como sempre acontece no Brasil, esse dia é celebrado no Domingo da Ascensão, este ano no dia 16 de maio de 2010.

 

Um grande passo foi dado. Havia na cabeça e no comportamento de muitos certo medo das novas mídias ou novas ferramentas de internet, por ser esse um território livre, onde há de tudo. É um medo infundado, pois se assim o fosse não poderíamos estar no ramo dos livros e das revistas porque existem muitos livros e revistas que não são recomendáveis para os cristãos e talvez nem para as pessoas de certa dignidade.

 

Estávamos presentes nesses meios com certa timidez e até mesmo com certo temor. Sabemos, porém, que os “digitais nativos” já utilizam essas mídias com desenvoltura e naturalidade incríveis e, quando cristãos, sabem utilizar muito bem tudo isso para um trabalho evangelizador. Podemos anunciar que o desejo da Igreja é que saibamos colocar as novas mídias a serviço da Palavra, ou seja, de Cristo, fazendo agora a pastoral digital ou no mundo digital.

 

A nossa Comissão Episcopal enviará às Dioceses cartazes e textos com os subsídios para bem celebrar esse dia em todas as comunidades e paróquias, aliás, é o único dia criado pelo Concílio Vaticano II. Isso está no documento "Inter Mirifica", um dos dois mais antigos documentos emanados do Concílio. Ele inicia, além da série de importantes documentos para a renovação da Igreja na década de sessenta, também uma orientação para os novos tempos que estavam surgindo naquela época no campo dos meios de comunicação. A Igreja tem como missão evangelizar, ou seja, comunicar a Morte e Ressurreição de Jesus Cristo, que foi enviado pelo Pai para nos comunicar a Sua Vontade. Se o documento conciliar é apenas indicativo, ele abriu, no entanto, os caminhos para as diferentes situações que se seguiriam posteriormente. Cada ano, os Pontífices Romanos anunciam, na festa dos Arcanjos Gabriel, Rafael e Miguel, o tema anual e publicam o texto no dia da Festa de São Francisco de Sales.

 

Saudamos carinhosamente os que se dedicam a essa missão e incentivamos para que o façam com ânimo sempre renovado – de levar todos os homens e mulheres a construírem uma sociedade justa e fraterna, além de alimentar a fé do nosso povo através de escritos, filmes, Power points e tantos outros meios. Quando, neste ano, tivermos a graça de criar a “Signis Brasil”, como filial da Signis Mundial, também ali deverá ter um setor para os portais de inspiração católica se filiarem, além das rádios, televisões, revistas, jornais e impressos. Atualmente temos ótimos portais de notícias ligados a grupos católicos que, além de passarem os acontecimentos, formam, através de eventos e textos, as pessoas no caminho cristão. A grande questão é saber escolher a reta doutrina e aqueles que sabem construir a unidade na diversidade. Isso está entre outras iniciativas louváveis, somente para recordarmos das propostas que são colocadas diante de nossas telas de formação permanente da doutrina cristã, de anúncio da Palavra de Deus e de notícias acerca da vida da Igreja no Brasil e da vida das próprias dioceses, paróquias e comunidades.

 

Urge uma conversão pastoral de nossos presbíteros, como nos pede o Papa para o Dia Mundial das Comunicações, em colocar, como meta primeira de sua pastoral, a pastoral da comunicação e da acolhida, que hoje não pode prescindir de ser, também, da internet e dos meios correlatos.

Não tenho dúvidas de que a Igreja que peregrina no Brasil está fortemente amparada na vontade deliberada de dar especial apoio a todos os sites e meios eletrônicos que anunciem o Cristo Ressuscitado e que levem o homem e a mulher de nossos dias a buscar a santidade pelo conhecimento e pelo seguimento apaixonado pelo Redentor.

 

A todos uma bela e comprometedora celebração do Dia Mundial das Comunicações Sociais, e que isso ajude a criar ou incrementar ainda mais a Pastoral da Comunicação em nossas comunidades e abrir-nos para o diálogo com os comunicadores de nossa região.

 

 

 

 

 

 

Dom Orani João Tempesta
Arcebispo Metropolitano do Rio de Janeiro
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A Igreja, onde estiver, é chamada a viver seu compromisso missionário de ensinar a arte de viver, apresentar as respostas que nos direciona à vida e à felicidade através do seu testemunho vivido no caminho que é Jesus! Ele, que ensinou a seus discípulos a viverem a prática do amor, pede para todos os homens repetir seus atos. Evangelizar significa mostrar este caminho.


Falar de amor e felicidade – para um mundo cercado de diferenças sociais gigantescas, no qual as maiores riquezas se concentram em poucos países –, pode parecer impossível.


Como cultivar a pequena e frágil semente do amor, que poderá suprir o desejo do coração do homem, em terras áridas e ressequidas pelo egoísmo? Tornar o terreno fértil para o cultivo dessa semente, talvez, seja o primeiro passo para saciar o mundo com o mesmo “fruto” que saciou as necessidades da mulher adúltera (cf. Jo 8, 1-11), do cego Bartimeu (cf. Mc 10, 64-52), dos leprosos (cf. Lc 17, 11-19), ou da mulher que se alimentava das mesmas migalhas que eram lançadas aos cães (cf. Mc 7, 24-30)...


A ciência tecnológica muito tem realizado no sentido de garantir a sustentabilidade no mundo, facilitando a vida do homem moderno. Modificações genéticas transformam sementes, deixando-as mais resistentes às pragas naturais, entre outras. No entanto, o “fruto” de que o mundo mais carece não se obterá simplesmente por meio de experiências transgênicas realizadas em laboratórios.


As facilidades tecnológicas estão também a serviço da evangelização. Falar de Jesus, na atualidade, implica alcançar aqueles que precisam conhecê-Lo por intermédio dos mesmos meios dos quais estes se servem.


Longe de apresentar uma evangelização “encapsulada” em refinada tecnologia, a Igreja busca atrair aqueles que por inúmeras razões se distanciaram de seu seio maternal. Conseqüentemente, este afastamento os conduz ao esvaziamento do conhecimento da verdade revelada por Jesus Cristo.


O anúncio do Evangelho aconteceu entre apenas doze homens que, pouco a pouco, espalharam para outras comunidades os efeitos transformadores da conversão – contidos na novidade revelada.


A missão determinada a cada batizado em particular é a de atingir os confins da terra na comunicação da Boa Nova. Como missionários, sabemos dos atritos da convivência com os não-evangelizados, os quais, muitas vezes, na ânsia de uma vida melhor ou de uma resposta aos seus questionamentos, procuram se encontrar numa “religião” sob medida ou numa frágil autenticidade pessoal; fato que se repete no mundo contemporâneo tal como aconteceu no primeiro anúncio.


Hoje, levar a evangelização até os confins da terra pode parecer um desafio intransponível. Entretanto, sem a ação do Espírito Santo – que tudo faz – presente na vida da Igreja militante, mesmo os mais avançados meios tecnológicos nada poderão realizar em favor da evangelização.


Artigo produzido com base no texto da Exortação Apostólica “Evangelii Nuntiandi” de Papa Paulo VI

Por: Dado Moura
http://www.nsfatimamacae.com.br/index.php?acao=006

 

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Macaé, 29 de julho de 2009.

 

  "Os católicos não deveriam ter medo de abrir as portas da comunicação social a custo, de tal forma que a sua Boa Nova possa ser ouvida sobre os telhados do Mundo".

João Paulo II

Mensagem na celebração do 34º Dia Mundial das Comunicações Sociais

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Família

"Desculpe o transtorno estamos em construção!" A família perfeita é aquela que não desiste de caminhar, de construir e restaurar o seu lar. A família é igual a uma casa em reformas, é o maior transtorno, às vezes, poeira, entulho, tudo que uma construção pode trazer, penso que você consegue imaginar. Mas esse retrato de uma casa em construção demonstra que ninguém está parado em si, ou acha que já está pronto, apesar dos incômodos está em construção, em reforma, em restauração, ninguém restaura um bem se ele não for muito precioso, e isso é um sinal muito positivo. Quem já não leu este aviso em construções públicas: “desculpe o transtorno estamos em construção, para lhe atender melhor”. Primeira coisa que precisamos notar, é que em casa ninguém é igual, e estamos em níveis de maturidade diferentes. Os pais têm mais experiência, mas entre eles há diferenças. Os filhos estão crescendo, sendo construídos em todos os sentidos, no físico, no psicológico e no espiritual. Aqui entra em ação o material para construir cada um que se chama respeito e paciência com o processo do outro. Por isso, a família precisa ser o ambiente propício para as mudanças, para o crescimento e até para as crises. Ninguém deve ter vergonha de ser o que é, e está como está em casa. Em minha opinião, existem alguns pontos primordiais para construir e restaurar a família: 1º Restaurar o relacionamento com Deus: a base do sacramento do matrimonio é o amor, sem fazer a experiência de Deus é impossível amar de verdade. O amor real muitas vezes passa pela experiência da morte, do aniquilamento, do esquecer-se de si mesmo; e isso, sem Deus, é impossível superar. Mas é preciso respeitar a experiência religiosa de cada um, saber que ela também é individual, mas que dá para fazer um caminho para Deus JUNTOS. 2º Fazer da minha casa um ninho de amor: na minha casa eu decido amar primeiro, o processo começa em mim, e eu não posso cobrar aquilo que eu ainda não consigo dar. Procurar defeitos nos outros, culpados, não resolver as situações de tensão ou dificuldades vividas em casa, faz dela um inferno e não um pedaço do céu. Eu preciso sentir o desejo de voltar para casa, ela precisa ser o meu refúgio, meu oásis no meio do deserto. Casa, família, precisa me atrair, significa porto seguro, lugar onde não importa a minha condição: EU SEI QUE SOU AMADO. 3º Partilha e diálogo: isso quer dizer, onde todos crescem no conhecimento de si e dos outros. A falta de diálogo e partilha deixa crescer dentro dos membros da família os venenos que a podem destruir. Os ressentimentos e as magoas, a falta de perdão e o medo de se revelar. Dentro de casa precisa se promover um clima de confiança e aceitação do outro, eu preciso me sentir acolhido para partilhar a minha verdade. Outro dia ouvir a experiência de um movimento que se chama Equipes de Nossa Senhora, que trabalha com casais. Eles têm uma prática que se chama direito de sentar-se. Sentar-se à cadeira, sentar-se à mesa, para falar e ouvir tudo que o outro precisa disser. ISSO É CARIDADE. Nós não podemos esquecer que cada um tem a sua parte essencial e importante na construção da família, os pais têm seu papel de pilar de sustentação e construção da casa, mas os filhos dão sentido, vigor e alegria aos pais. E assim vamos construindo famílias restauradas. Desculpe o transtorno estamos em construção!

Minha benção fraterna.

Pe Luizinho

Macaé, 31 de julho de 2009.

 

O que é cultura?

Por Tiago Dantas

É comum dizermos que uma pessoa não possui cultura quando ela não tem contato com a leitura, artes, história, música, etc. Se compararmos um professor universitário com um indivíduo que não sabe ler nem escrever, a maior parte das pessoas chegaria à conclusão de que o professor é “cheio de cultura” e o outro, desprovido dela. Mas, afinal, o que é cultura?

Para o senso comum, cultura possui um sentido de erudição, uma instrução vasta e variada adquirida por meio de diversos mecanismos, principalmente o estudo. Quantas vezes já ouvimos os jargões “O povo não tem cultura”, “O povo não sabe o que é boa música”, “O povo não tem educação”, etc.? De fato, esta é uma concepção arbitrária e equivocada a respeito do que realmente significa o termo “cultura”.

Não podemos dizer que um índio que não tem contato com livros, nem com música clássica, por exemplo, não possui cultura. Onde ficam seus costumes, tradições, sua língua?

O conceito de cultura é bastante complexo. Em uma visão antropológica, podemos o definir como a rede de significados que dão sentido ao mundo que cerca um indivíduo, ou seja, a
sociedade. Essa rede engloba um conjunto de diversos aspectos, como crenças, valores, costumes, leis, moral, línguas, etc.

Nesse sentido, podemos chegar à conclusão de que é impossível que um indivíduo não tenha cultura, afinal, ninguém nasce e permanece fora de um contexto social, seja ele qual for. Também podemos dizer que considerar uma determinada cultura (a cultura ocidental, por exemplo) como um modelo a ser seguido por todos é uma visão extremamente etnocêntrica.

 

http://www.grupos.com.br/blog/pastoraldacultura/month/7-2009.html